Investidor ou qualquer pessoa interessada poderá acessar informações sobre exploração mineral em áreas pesquisadas pelo SGB e obter ainda dados socioeconômicos e de infraestrutura desses locais.

A programação de palestras do Simpósio do Ouro e da Feira da Mineração da Amazônia, hoje pela manhã, na Estação das Docas, foi marcada por apresentações sobre o mapa geológico dos principais depósitos de ouro no Brasil e, principalmente, na Amazônia, abordando aspectos técnicos e suas características geológicas, sob os mais diversos aspectos. Mas a novidade para quem gosta de mineração, ou pretende investir nesse ramo, é o lançamento da plataforma P3M (p3m.cprm.gov.br), criada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). A plataforma, destinada ao planejamento, pesquisa e produção mineral, foi apresentada pela pesquisadora Stella Bijos Guimarães para os participantes do evento.
A pesquisadora disse que qualquer pessoa poderá se cadastrar para utilizá-la, podendo obter informações sobre áreas que podem apresentar potencial mineral. “Com um mapa de favorabilidade da CPRM, você vai achar o depósito, vai ver a geologia, mas será que esta área já está requerida? Você vai ter na plataforma todas as informações. Se você quiser saber como está o mercado mundial ou nacional para determinada commodity, você também vai ter essa informação lá, que será alimentada por outras instituições, inclusive com dados socioeconômicos e ambientais, para saber se tem área indígena próximo, bem como informações sobre infraestrutura, se tem rodovia, rede elétrica, estrada para escoar a produção etc.”, revelou a pesquisadora, que também apresentou informações técnicas sobre o depósito de ouro do Tapajós.
Outro palestrante, o professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) Caetano Juliani, falou sobre os depósitos de ouro na província mineral de Carajás. Da mesma forma que os outros, ele também falou sobre as características do cráton amazônico, especificamente sobre a Província de Carajás e os domínios Carajás, Rio Maria e Bacajá, detalhando as características geológicas e tempo de formação desses depósitos auríferos.

A professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Lydia Lobato fez uma apresentação dos principais depósitos de ouro no Brasil e suas características geológicas, relacionando especialmente aqueles que têm potencial para serem classificados como de “classe mundial” e os diversos tipos de ocorrências de ouro e cobre. Entre os depósitos citados por ela com potencial estão Jacobina (BA) e Chapada (MT), que podem chegar a produzir até 450 toneladas de ouro/ano, e o cráton de São Francisco (MG/BA/SE).

O depósito de ouro de Juruena-Teles Pires (Alta Floresta) também foi tema de palestra, proferida pelo pesquisador da CPRM/SGB Gilmar Rizzotto, que apresentou dados sobre a produção de ouro no Brasil. A produção do minério, no período de 2010 a 2020, foi de 878 toneladas, sendo 731,2 toneladas da indústria mineral e 147,1 toneladas de ouro proveniente de garimpos, com destaque para o Estado de Mato Grosso, que comercializou 145 toneladas neste período – o 5º em produção de ouro no País – e arrecadou R$ 38 milhões de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).
